Quem foi João Batista? Estudo 3
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##Centralidade em Cristo
Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz, a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.
João 1:6-9
Vimos que o ministério de João Batista era um ministério de preparação: ele foi chamado para preparar o caminho do Senhor. Entretanto, antes de iniciar seu ministério, o próprio João precisava ser preparado. Onde foi que Deus preparou o caráter de João? Em meio aos desertos. Um período que podemos chamar de “os anos escondidos” da sua vida.
Vimos que João saiu desse período de preparação com o caráter transformado. Ele não era um caniço agitado pelo vento, ele não era um homem vestido de roupas finas. Ele aprendeu que a única forma de cumprir seu ministério seria tornar-se o menor para que Cristo fosse o maior. Esse era o caráter de João.
Mas qual era sua mensagem? Se pudéssemos ouvir essa voz no deserto, o que ela diria?
Inicialmente podemos pensar que sua mensagem era o arrependimento, mas logo vamos descobrir que o arrependimento não era o centro da sua mensagem.
Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. (Mateus 3:2)
arrependei-vos e crede no evangelho. (Marcos 1:15)
O arrependimento era parte da sua mensagem, mas não era o centro. O arrependimento tinha uma razão: o Reino de Deus está próximo.
O que siginifica dizer que o Reino de Deus está próximo? Não significa que o Reino vai chegar em breve, mas que ele já chegou e está próximo. Ele está perto, ao alcance de todos. Nos seus anos escondidos, de alguma forma João foi capaz de compreender isso. Ele também compreendeu outra coisa: conhecer a Cristo é o único caminho para o Reino.
O Reino estava perto, mas ele era inacessível por meios naturais. Jesus era o único caminho e a única porta, que deveria ser atravessada pela fé.
Por isso, podemos dizer que Cristo é o centro da mensagem de João. Ele falou mais de Cristo do que de si mesmo. Ele falou mais de Cristo do que de arrependimento. O arrependimento é indispensável, mas não é o fim. O desejo de João era que, pela fé e pelo arrependimento, as pessoas chegassem a Cristo.
Por isso, o testemunho de João sobre Jesus era um testemunho pleno. Não era deficiente em nenhum sentido. Ele fez que questão de pregar uma mensagem completa. Portanto, queremos queremos compreender: quem era Jesus para João?
O Deus Eterno
João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim.
[…]
Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.
João 1:15 e 18
Quando lemos o evangelho de Lucas no capítulo 1, versículos de 24 a 26, descobrimos que João era seis meses mais velho que Jesus. Ele não poderia estar falando sobre a idade natural de Jesus, mas da sua pré-existência como Deus.
Ainda hoje existem aqueles que negam a divindade de Jesus. Dizem: “como pode, ser Deus e homem ao mesmo tempo”? Para João essa questão estava decidida: Ele existia antes de mim. Que revelação! Que testemunho!
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). Mateus 1:23
João foi capaz de ver que Jesus é, de fato, o Deus Emanuel, que veio estar conosco para revelar o Pai.
O Cordeiro de Deus
No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (João 1:29)
No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus! (João 1:35 e 36)
Para João, Jesus é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Para compreendermos essa expressão, podemos olhar para Gênesis, onde existe uma conversa entre Abraão e Isaque:
Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos. (Genesis 22:7 e 8)
Onde está o cordeiro? Deus proverá para si mesmo. Essa pergunta ecoou pelos séculos sem nunca ser respondida completamente. “é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados”. Onde está o cordeiro de Deus? Esse foi um mistério escondido por todos os séculos.
Mas louvado seja o nome do Senhor, um dia essa pergunta foi respondida, esse mistério foi revelado: Eis o Cordeiro de Deus! Deus providenciou um cordeiro perfeito para si mesmo. Esse era o testemunho de João Batista: Cristo é o Cordeiro de Deus.
Qual o resultado dessa pregação? Os dois discípulos, ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus. (v. 37) Quem pode resistir a um testemunho como esse? Realmente, convém que ele cresça!
Aquele que batiza com o Espírito Santo
Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo. (João 1:33)
Para João, Jesus é aquele que batiza com o Espírito Santo. Antes mesmo que Jesus iniciasse o seu ministério público, Deus antecipou para João, por meio de uma visão profética, dizendo que Jesus é aquele que batiza com o Espírito Santo. Mas quando olhamos atentamente, percebemos que existe algo ainda mais profundo contido nessa expressão. Veja o que diz Pedro, em Atos, sobre Jesus:
Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. (Atos 2:33)
Ah, queridos, que promessa! Em meio ao testemunho de João Batista, existe uma declaração profética sobre algo que aconteceria anos mais tarde: a vitória de Cristo! Ele seria exaltado, ele se assentaria à destra de Deus, ele derramaria o Espírito sobre a igreja. Esse era o testemunho de João Batista sobre Jesus.
O Filho de Deus
Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus. (João 1:34)
João Batista declarou que Jesus é o Filho de Deus. O mundo é incapaz de fazer essa declaração. Talvez reconheçam que Jesus é um grande homem, um grande mestre, um grande profeta. Talvez até cheguem ao ponto de desejar obedecer alguns dos seus mandamentos. Mas não farão uma declaração como essa de todo o coração.
Por quê? Porque são incapazes de ver. João disse ”eu vi e tenho testificado”. Essa visão, biblicamente, pode ser chamada de revelação. Deus levou João a uma situação onde ele pode ver que Jesus é, de fato, o Filho de Deus. O mundo não precisa ser convencido por meio de argumentos mais bem elaborados. O mundo está cego, incapaz de ver. O mundo precisa de revelação.
Faltam-nos hoje homens e mulheres menos preocupados em argumentar, e mais preocupados em testemunhar com suas palavras e com suas obras: “eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus”. Ah, Senhor, que esse seja o nosso testemunho!
O Cristo
Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada. Vós mesmos sois testemunhas de que vos disse: eu não sou o Cristo, mas fui enviado como seu precursor. (João 3:28)
João Batista declarou que Jesus é o Cristo. As palavras Cristo e Messias significam a mesma coisa, em idiomas diferentes: Ungido. Essa era uma palavra muito forte, ela falava de uma promessa que concentrava as expectativas e necessidades de Israel. Lembram da exclamação de André no primeiro capítulo de João? Achamos o Messias! Para André, é como se uma busca de séculos tivesse finalmente terminado. Achamos o Messias! Achamos a resposta!
Mas Jesus não é a solução apenas para as necessidades de Israel. O mundo inteiro geme em busca de uma resposta para tanto sofrimento, ansiedade, dor, angústia e frieza causados pelo pecado. Muitos procuram a resposta servindo aos seus vícios, sejam eles o sexo, trabalho, relacionamentos, comida ou drogas. Tudo se resume em uma busca de sentido para a vida. Entretanto, nós temos descoberto que Jesus é a resposta de Deus! Ele é o Cristo!
Nós não somos precursores de Jesus, como João. Nós viemos depois dele. Mas, aleluia: nós somos enviados por ele! Quanto privilégio!
Qual é o nosso testemunho? Nosso testemunho não é sobre nós mesmos. Nós não somos a resposta. Nossa mensagem é apontar para a resposta que já veio: Jesus é o Cristo, Jesus é a resposta, a busca termina em Jesus. Que possamos dar um testemunho como o de João, ainda em dias como os nossos.
O Noivo
O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim. (João 3:19)
Por fim, esse talvez seja um dos testemunhos mais lindos. João Batista declarou que Jesus é o noivo. João não se considera como noiva, mas com amigo do Noivo.
Quem é a noiva? Vamos descobrir em Apocalipse que a noiva é a igreja. Quem tem a noiva é o Noivo. João não teve o privilégio de fazer parte da Igreja que seria fundada no dia de pentecostes. Mesmo assim, ele se alegrava. Qual era o motivo da sua alegria? Ouvir a voz do noivo. Simplesmente estar presente e fazer parte da preparação para esse casamento glorioso era a sua maior alegria.
Qual a nossa maior alegria? Somos a noiva e quem tem a noiva é o Noivo! Que Deus aumente nosso amor por esse Noivo precioso. Que sejamos levados à um ponto onde apenas o ouvir a Sua doce voz seja nossa maior alegria. Esse deve ser o nosso testemunho. Quem é Jesus para mim? O Noivo! O Amado! Ah queridos, isso deve mudar nossa perspectiva sobre a vida cristã, deve mudar nossa perspectiva sobre ministério. Qual a finalidade de todos os ministérios, sem excessão? Apontar para Cristo.
Se Deus realmente tocar o nosso coração e nos levar a um amor profundo, nossa pregação sempre será sobre ele. João pregava arrependimento, mas o centro da sua mensagem era Jesus. Hoje, vivemos em um mundo complexo, temos muitos assuntos para nos envolver, mas se Cristo for o centro daquilo que falamos e fazemos, se o Noivo for o motivo da nossa maior alegria, podemos estar seguros: nossa pregação será um testemunho completo!
Que Deus desperte o nosso coração para um testemunho como esse!
Por: Filipe Merker
Este texto é parte de uma série de estudos sobre João Batista
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