Evangelismo Eficaz
Leitura de 6 minutosHoje tive acesso a uma pesquisa realizada pelo instituto John Haggai, com dados sobre como as pessoas se convertem. Os principais dados da estatística dizem o seguinte:
4,4% Através de Eventos Evangelísticos
29,9% Através de Amigos
49,7% Através de Parentes
Olhando para esses números, e pensando sobre eles, logo me lembrei dos primeiros discípulos evangelizados por Jesus. Comparando o texto Bíblico com a estatística temos um padrão impressionante sobre evangelismo eficaz.
Evangelizando a família
O evangelho de João nos mostra o relato do primeiros discípulos de Jesus:
No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Os dois discípulos, ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus. E Jesus, voltando-se e vendo que o seguiam, disse-lhes: Que buscais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde assistes? Respondeu-lhes: Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde Jesus estava morando; e ficaram com ele aquele dia, sendo mais ou menos a hora décima. Era André, o irmão de Simão Pedro, um dos dois que tinham ouvido o testemunho de João e seguido Jesus. Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo), e o levou a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).
João 1:35-42
Nesse texto, vemos a conversão de André. Ele ouviu o testemunho de João Batista, de que Jesus era o Cordeiro de Deus. João Batista devia falar muito sobre o Messias para seus discípulos e, ao ouvir essa declaração, André sabia que deveria seguí-lo.
Vemos na estatística acima, que o maior número de convertidos hoje, quase 50% dos cristãos, se converteram pelo testemunho de um familiar. Não é coincidência que o primeiro evangelismo de um discípulo de Jesus tenha sido para um familiar. Vemos no texto que André “achou primeiro o seu próprio irmão, Simão” e, ao encontrá-lo, “o levou a Jesus”.
André não tem um destaque muito amplo nas Escrituras. Fora dos evangelhos, ele só aparece em Atos 1:13. Ele não escreveu nenhum livro da Bíblia, não tem um destaque no livro de Atos. Mas ele lembrou-se do seu irmão, e o levou a Cristo.
Esse irmão escreveu duas epístolas, foi a fonte principal de informações para o evangelho de Marcos, tem um terço do livro de Atos dedicado ao seu ministério, curou enfermos, expulsou demônios, foi um dos discípulos mais próximos de Jesus e um dos apóstolos com o ministério mais ativo, junto à Paulo e João. Foi o canal para a conversão de mais de 5000 pessoas na igreja primitiva.
André levou o seu irmão a Jesus. Esse talvez tenha sido seu maior feito ministerial. Mas foi suficiente.
Quero mostrar rapidamente qual foi o seu método de evangelismo:
- Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias
- E o levou a Jesus
Em primeiro lugar, André testemunhou para Pedro: “Achamos o Messias”. Já demonstrei em outro estudo que o título “Messias”, para um judeu, fala de esperança. André está apontando para Pedro o caminho da esperança. Sua mensagem é muito simples. Ele não diz “eu achei”, mas “achamos”. Ele se coloca como parte de uma comunidade que encontrou esperança.
Em segundo lugar, ele “o levou a Jesus”. O vínculo familiar nos dá uma liberdade de levarmos as pessoas mais facilmente para onde Jesus está. Claro que não podemos decidir por nossos familiares, ou produzir fé neles. Mas podemos “levá-los a Jesus” com maior facilidade. Quando eles forem, terão que decidir. Mas podemos usar nossa influência como familiares (pais, filhos, sobrinhos, netos) para levá-los à presença de Jesus, seja levando-os à igreja, ou seja levando a Igreja à nossa casa. Então eles terão de tomar uma decisão. Sim ou não. Aceitar ou rejeitar. E os números nos mostram que a maioria das conversões acontece assim.
Evangelizando amigos
Vimos que o maior número de conversões, quase 50%, ocorre na proclamação a familiares e que o primeiro relato de um evangelismo no Evangelho de João é a um familiar, de André para Pedro.
O segundo maior número e conversões, segundo as estatísticas, ocorre entre amigos. Já pensou qual o segundo relato de um evangelismo no Evangelho? Entre amigos: Filipe e Natanael.
No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galileia e encontrou a Filipe, a quem disse: Segue-me. Ora, Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José. Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê. Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!
João 1:43-49
Interessantíssimo. O relato é muito semelhante, mas tem algumas diferenças importantes.
Podemos inferir pelo texto que Filipe e Natanael eram amigos. A pregação de Filipe também inicia com a proclamação. Mas é uma pregação mais completa. Filipe diz que eles haviam achado aquele de quem Moisés e os profetas escreveram, ou seja, o Messias, a esperança de Israel.
Filipe apresentou a sua esperança para Natanael, mas aqui vemos acontecer algo muito comum hoje em dia: A dúvida. O evangelho é questionado: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?“. Hoje as dúvidas tem uma forma diferente, mas a mesma essência: Pode vir alguma coisa boa da Igreja? Pode vir alguma coisa boa dos cristãos? Pode vir alguma coisa boa de você?
Natanael tinha uma certa razão na sua dúvida. Ele conhecia Nazaré. Ele tinha ouvido histórias, sua mente estava condicionada a pensar que nada bom poderia vir de lá. E hoje é assim com a Igreja. Temos a mídia contra nós. Temos, infelizmente, muitas vezes o nosso próprio exemplo contra nós, seja historicamente, seja atualmente.
Mas a resposta de Filipe é extremamente poderosa: “Vem e vê”. O poder do exemplo, da demonstração. Jesus estava lá, o Messias. E bastava que Natanael visse a diferença em Jesus, e ele estaria convencido. Se Jesus está presente na sua vida, no lugar onde você reúne como igreja, faça esse desafio aos seus amigos: vem e vê.
E quero apontar ainda algo mais: Filipe, assim como André, não diz “eu achei”, mas “achamos” o Messias. Ele se coloca como parte de um grupo. Hoje, é importante que ao testemunharmos, deixemos claro que há uma comunidade de pessoas como nós. É para essa comunidade que levaremos nossos familiares e amigos. É nesse lugar que o mundo pode encontrar o Jesus que se faz presente onde dois ou mais se reúnem em seu nome.
Evangelizando as multidões
Em primeiro e segundo lugar nas estatísticas, encontramos o evangelismo eficaz entre familiares e amigos, somando quase 80% de todos os cristãos.
O terceiro número, porém, são 4% de pessoas que se converteram em eventos evangelísticos, e é também o terceiro relato que vemos no Evangelho. Depois que as famílias e amigos haviam sido alcançados, Jesus vai a um casamento e, junto com seus discípulos, manifesta seu poder, tranformando água em vinho, dando início aos seus sinais.
Mas é só posteriormente, em Jerusalém, que Jesus tem seu primeiro encontro com as multidões.
Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome;
João 2:23
Jesus tinha um coração pelas multidões e queria alcançá-las, mas vemos que na forma que o Evangelho nos apresenta esse assunto, ele estabeleceu uma ordem de prioridades que, de forma muito especial, é confirmada hoje pelas estatísticas.
Comece na sua família, onde você tem intimidade e influência para “levar as pessoas” onde Jesus está. Depois priorize seus amigos, para os quais você pode testemunhar e convidá-los a “vir e ver” quem é Jesus. Por fim, também priorize os grupos maiores. Talvez suas multidões sejam pessoas desconhecidas em uma praça, talvez colegas desconhecidos na faculdade ou trabalho.
Se exponha a ser uma testamunha desse Jesus que é a é espeçrana do mundo. À medida que você se expor, vai perceber que os sinais vão acompanhando a proclamação, como uma forma linda de Deus confirmar a mensagem que é pregada.
Portanto, que possamos ser encorajados e estender o Reino de Deus, por todo o mundo, sim, mas priorizando as vidas que Deus dispôs ao nosso redor. Dessa forma, poderemos ir sempre expandindo até chegarmos àqueles mais distantes, todos os que Deus nos permitir alcançar.
Se pudéssemos parafrasear o padrão de proclamação missionária que vemos em Atos 1:8, veremos o mesmo princípio de expansão, e seremos encorajados:
sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém (família) e Samaria (amigos) e até aos confins da terra (multidões).
Por: Filipe Merker
Esse post foi importante para você? Clique abaixo e compartilhe para edificar outros.